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sábado, 4 de agosto de 2012

Soneto à fraqueza minha

enfim passeaste por meus jardins cinzentos
pelo reino tão escasso de meus satélites
és luxúria que morde gritos enluarados
da carne minha trabalhada pela tua falta

em meus olhos devorados pela sombra
a letra velha e extraviada ganha pouso
lágrima antiga gotejando na memória
história errante, bosque prenhe de neblina

maldito coração, maldita minha boca
louca, dura, esses lábios são de inverno
cortam fundo, mais do que o necessário

aí tu chegas com sapatos de vento
e tinges meus lábios de um sorriso bobo
nua e simples, tu tens linhas de lua.

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