Uili Bergammín Oz: Para a posteridade

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Para a posteridade

Um dos grandes momentos da

29ª Feira do Livro de Caxias do Sul:

os tetras Tiago, Lúcio e eu, com o

mestre Antônio Torres.

Uma aula de humanismo e de literatura.

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Sinopse

Pela primeira vez reunidas em um mesmo livro, estas crônicas publicadas em jornais e revistas da Serra Gaúcha dissecam os sonhos nossos de cada dia e a maneira mais rápida de realizá-los. Dividida em cinco cadernos, a obra traz crônicas filosóficas, crônicas de viagem, crônicas sobre arte e muito mais, sempre com a apuro literário e a observação fina que fizeram de Uili um dos autores mais respeitados do RS. Há ainda a palestra homônima, inspirada no livro, que tem encantado e inspirado milhares de pessoas.

Sinopse

Em “A Mordaça”, Uili nos apresenta o panorama absurdo, mas nem um pouco improvável, de um mundo soterrado pelo excesso de tecnologia em detrimento da humanidade de cada um de nós. Aqui os amigos Neo e Arcade se veem cercados por um sistema que tenta calá-los a todo instante, impedido que sejam protagonistas de suas próprias histórias. Obra infantojuvenil escrita com ironia e bom humor, recheada com pensamentos filosóficos e cultura pop, o texto nos mostra que, com bom senso, as ferramentas tecnológicas podem ser aliados importantes na luta contra a ignorância.
O texto foi adaptado para o teatro pelo grupo profissional UEBA Produtos Notáveis, de Caxias do Sul.

Sinopse

Esta história é baseada na experiência real de Íkaro, um garoto esperto e habilidoso que, no entanto, não gostava de ler. Fera no videogame e craque no futebol, ele não conseguia se concentrar em livro algum, contentando-se em bisbilhotar as leituras dos coleguinhas. Isto até se deparar com as páginas de Bisbilhoteca, obra mágica da Escola de Bruxaria, que faz com que o mocinho descubra os poderes encantatórios da leitura. Embarque você também nessa viagem e faça parte dessa aula de bruxaria e de feitiços literários. Abracadabra, é a força da palavra...

Sinopse

Traduzido e adaptado por Uili, Dom Quixote é considerado por críticos do mundo inteiro o "Melhor Livro de Todos os Tempos". Apaixonado pela obra desde a adolescência, Bergammín Oz esteve na Espanha em 2017, percorrendo a Rota do Quixote, pesquisando originais na Biblioteca Nacional e entrevistando especialistas renomados para poder absorver a essência de La Mancha e deste grande clássico. O resultado é um livro delicioso, com linguagem acessível e muito bem-humorada, que fará o leitor rir e refletir da primeira à última página. No final há um capítulo inteiro dedicado à viagem, repleto de informações e fotografias, como o local onde Cervantes nasceu e onde está enterrado, os Moinhos de Consuegra (foto capa), que inspiraram a passagem do duelo contra gigantes e muito mais.

Sinopse

Segundo livro, publicado em 2006, esta obra também ficou entre as mais vendidas da Feira do Livro de Caxias do Sul. Novela fragmentada, com nuance autobiográfica, Cela de Papel é uma obra profunda e faz uma verdadeira apologia ao livro e ao hábito da leitura. Tudo aqui é metalinguagem. Inovador para os padrões de nosso mercado editorial, é uma obra obrigatória para os amantes da literatura de invenção. Uma fantasiosa alegoria sobre a arte das letras. Como diria José Clemente Pozenato: “Quem gosta de saborear as palavras, não na sua ‘literatice’, mas na sua vasta possibilidade de combinações dentro da panela do texto, vai se deliciar com este livro.”

Sinopse

Publicado em 2005 e vencedor do Fundoprocultura, esta coletânea de contos, minha obra de estréia, foi o livro de ficção mais vendido da Feira do Livro de Caxias do Sul daquele ano. Adaptado para o cinema, teve sua estréia nas telonas em 2007, com recordes de público em Cotiporã, onde foi filmado, e em Caxias do Sul, na Sala de Cinema Ulysses Geremia. Imediatamente teve a primeira edição esgotada, recebendo seguidas reedições. O livro continua sendo adotado como leitura complementar obrigatória por inúmeras escolas de todo o estado. Um Best-Seller regional.

metapoema

choram gargalhadas

ao pé do meu tédio

dor madura

clama por remédio

meu rosto contorcido

no leito de morte

morro logo,

inda agora

com um pouco mais de sorte

ao toque adormecido

de uma insossa morfina

ergue-se um sibilo

como se fosse uma sina

a poética tortura-me

com requinte

morrerei assim tão jovem

tenho pouco mais de vinte

mas que importa tudo isso

sei muito bem

partindo ou ficando

nunca serei alguém

pois tenho consciência

sei de sobra

que nunca

nunca terei uma obra

quem me diz são os poemas

só os de bom gosto

gritam impropérios

batem-me no rosto

a sublime poesia ilumina e arrasa

pura demagogia

papel com tinta se casa

o que vem de dentro deve ser tudo

mas como exprimi-lo

se meu talento é mudo

se meu verso é pobre

desmancha no ar

se meu verso sempre volta

pro mesmo lugar

como fazer poemas criarem asas

se palavras são gélidas

como brasas

não sei metáfora

não compreendo rima

se o verso de baixo

não encaixa no de cima

as estrofes se entrelaçam

como ramos

quando as lemos nos perdemos

nem sabemos onde estamos

miscelânea endoidecida

isentas emoções

mal dispostas, imiscuídas

as aliterações

frases ébrias,

linhas tortas

tradução tétrica

descobri sem querer agora

também não entendo métrica

eu, que clamando poesia

sempre,

em toda parte

jamais serei poeta

jamais criarei arte

trabalhei tanto

e só angariei cansaços

sou o homem mais medíocre

o mais triste dos palhaços

a morte enfim dá as caras

entrevejo seu emblema

só espere um momento

o que vislumbro é um poema

chega de versos

chega vida

iniciem meu funeral

mas o que vejo é o vigário

profanando-me em recital

quase

a vida é uma sombra errante
o sonho triste dum comediante
que se pavoneia tanto, tonto
caindo sempre, a todo instante
e no minuto que lhe reserva a cena
sonha, se envaidece
chega a dar dó
chega a dar pena
para depois não ser mais ouvido
cair no abismo
para sempre esquecido
é um conto de fadas sem importância
que nada significa
mas que no auge dessa louca dança
no meio frêmito dessa ânsia
faz brotar uma pompa típica
é só um discurso tépido narrado
um canto longe meio mal cantado
por um idiota cheio de lamúria
por alguém que pensa ser algo
por uma voz cheia de medo
e fúria
a vida é uma sombra quase
a vida é um sonho quase
e se a vida é mesmo sonho
os sonhos, sonho
quase

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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Para a posteridade

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