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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

das virtudes

(estes versinhos têm mais de 10 anos e constarão na 2ª edição de "Do Útero do Mundo")

me solta, desata
dessa quietude que paralisa e mata
regalia torpe, imoral
remédios que fazem mal
miséria estulta essa
covardia que se chama inércia
não, não aceito ficar parado
todo homem deve ser melhorado
pelo trabalho, vontade, atitude
ação convertida em virtude
o medo é o germe do fracasso
sigo feito homem
ainda que não de aço
o progresso implica rebeldia
caindo e levantando
todo dia
dever do homem exercitar a mente
e não doar sua vontade
a qualquer gente
renunciemos favores dados
rebelemo-nos contra a rotina
olhemos a luz de frente
puxemos abaixo a cortina
não sejamos asfixiados
por nossos próprios escombros
não portemo-nos como se portássemos
uma cruz nos ombros
essas são caricaturas
virtude mascarada de certas criaturas
sombra que escorre
peso morto ao progresso
viagem triste aquela sem regresso
escravo que forja a própria prisão
corrente estagnada
pântano profundo
peso morto para todo o mundo
os débeis por natureza
medrosos por ignorância
não
não será essa nossa herança
coragem, sim
aceito o desafio
para acertar uma
sei que posso errar mil

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