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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Entrevista

Segue abaixo entrevista publicada no importante blog da poeta Paula Cajaty,
 um dos endereços literários eletrônicos mais visitados do RJ.


Uili Bergamin: a força literária de Caxias do Sul

Uili Bergamin é um dos melhores exemplos da força literária de Caxias do Sul. Além de se destacar ganhando inúmeras premiações literárias na Serra Gaúcha, ele escreve para jornais e revistas, participa dos eventos culturais das charmosas cidades sulistas, escreve livros que viram best-sellers nas escolas caxienses e ainda tem fôlego para bancar um blog onde ele conta suas andanças e informa o que há de novo Brasil afora. Longe dos livros, Uili ainda mostra que é excelente anfitrião, conhece o Sul de olhos fechados e faz questão de convidar seus amigos e escritores a provarem             (e lerem) o que Caxias tem de melhor.


Paula: Na biografia que consta em seu blog, você destaca, em primeiro lugar, logo após sua mudança para Caxias do Sul, o fato de ter vencido inúmeros prêmios (32!) nacionais e internacionais. Você acha que, para um autor estreante, a disputa em concursos e premiações traz mais experiência literária, ou apenas mais notoriedade?

Uili: No meu caso, posso dizer que trouxe as duas coisas. O fato de escrever para concursos obriga a duas situações: primeiro, achar um assunto original, depois escrevê-lo da melhor forma possível. Isso acaba trazendo experiência e os prêmios indicam que você está no caminho certo. Claro que não podemos levar isso à risca. Todo concurso é relativo. Mas no meu caso, os prêmios acabaram me tornado conhecido antes mesmo de ter um livro publicado. Já havia uma expectativa por parte do público e acredito que boa parte da procura por meu primeiro título se deveu a isso.

Paula: Sua obra de estreia é uma coletânea de contos 'O sino do campanário', que teve excelente repercussão de mídia e público, alcançando inclusive as salas de aula (e de cinema) de toda a Serra Gaúcha. Há, no entanto, autores e editores que desdenham da importância dos livros de contos. O que o motivou a trilhar esse caminho e publicar contos em sua estreia?

Uili: Foi puro acaso. Na verdade comecei escrevendo poesias e sempre achei que meu primeiro livro seria em versos. O que aconteceu foi que participei de uma espécie de concurso, cuja premiação era a publicação da obra. Inscrevi “O Sino do Campanário”, coletânea de contos, e também uma coletânea de poemas. Ganhei com os contos. Quanto ao desdém de alguns com relação ao conto, isso é verdade. Todos vivem me cobrando um romance, embora um de meus contos tenha sido adaptado para o cinema e muitos deles sejam estudados em escolas. Adoro a narrativa curta, mas há um preconceito sobre ela, infelizmente.

Paula: Após se aventurar por um texto mais complexo, a novela 'Cela de papel', você surpreendeu aos seus leitores publicando um livro de poesias. Afinal, em qual estilo o escritor Uili Bergamin se sente mais à vontade? Na prosa curta, no livro de maior fôlego, ou na poesia?

Uili: Para ser sincero, ainda estou tentando descobrir isso. A poesia me encanta pela concisão, pelo ritmo, pela sugestividade. O conto é uma pancada seca, arrebatadora. A narrativa longa é a trama, a resistência, um teste para qualquer escritor. Neste momento de minha vida posso dizer que é o conto o que mais me fascina, até porque meu próximo projeto será “Contos de Amores Vãos”, uma coletânea de vinte narrativas curtas. Acredito que será meu melhor livro, até o momento. Estou apaixonado por ele.

Paula: A par das suas atividades literárias, você também abraçou o jornalismo: escreve para jornais e revistas. Conte como é sua pauta nesses meios de comunicação: é mais voltada para a literatura e sua difusão, divulgando autores e livros, ou também aborda as novidades do mercado editorial?

Uili: Na verdade não tenho formação jornalística e em todos esses casos aceitei convites para colaborar. Não me preocupo muito com as novidades. Minha preocupação maior é com a qualidade literária do que vou resenhar ou escrever. Meu compromisso é com a literatura e sua difusão. Não importa se é lançamento ou se foi publicado há tempo.

Paula: Seu primeiro post, no seu blog pessoal, é de 14 de abril de 2008. Mais de dois anos se passaram desde então. Na sua opinião, quais foram os maiores benefícios e as maiores dificuldades desde o momento em que optou em entrar para o mundo virtual?

Uili: Não sou muito afeito às novidades tecnológicas, porém reconheço sua importância. A ideia do blog partiu de minha esposa, mas ela levou meses para me convencer. Acabei aceitando e não me arrependi. O retorno do leitor é muito rápido, praticamente instantâneo. Tenho seguidores de diversas localidades e a maioria deles eu não conheço pessoalmente. Isso é maravilhoso. Pessoas de outros países deixam posts e descobrem meu trabalho e meu endereço através do blog. É um espaço livre, onde coloco pensamentos soltos, trechos de outros autores, informações sobre o que ando fazendo, meus projetos, fotografias e etc. É um lugar de total liberdade. A dificuldade é mantê-lo atualizado, já que a correria é sempre muito grande.

2 comentários:

Luiz Carlos Ponzi disse...

Legal, meu amigo.
Aqui de Floripa aguardo pelo “Contos de Amores Vãos”,que, com certeza, vou gostar.
Cuida bem do frio da nossa Caxias do Sul.
Um abraço.

Anônimo disse...

Certamente, meu grande amigo.
Conto de Amores Vãos vai sacudir...
Abração

Uili