Dom inútil, dom fortuito,
por que a vida me foi dada?
E o destino, com que intuito
a condena a um fim: o nada?
Que poder hostil, do pó,
suscitou minha alma ardente
e lhe deu paixão, mas só
dúvidas à minha mente?
Sigo a esmo de ermo peito,
mente ociosa e, sem saída,
pesaroso, eu me sujeito
ao maçante som da vida.
Aleksandr Púchkin
Nenhum comentário:
Postar um comentário