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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Entrevista

Segue entrevista concedida à aluna de letras da UCS, Ana Denise da Rosa

 
1. Como despertar o interesse de jovens e atraí-los para a leitura?

Nossa sociedade precisa urgentemente de mediadores de leitura, alguém que execute, com competência, o meio de campo entre livros e leitores. Pessoas com bagagem de leitura e sensibilidade suficiente para sugerir e instigar a leitura certa para cada leitor, para cada faixa etária, para cada compleição intelectual. Esses mediadores são os pais, os professores, os livreiros, os bibliotecários, os próprios escritores. Fala-se muito em leitura hoje, mas apenas como estatística, como número de livros vendidos. Isso não significa nada, não diz nada a respeito da qualidade da leitura e do leitor. Precisamos de muitos e bons mediadores.

2. Há diferenças entre leitura de um livro ou aquela realizada pela internet?

Eu, pessoalmente, não sou adepto da leitura na net. Acho frio, distante, asséptico. Gosto de tocar o livro, rabiscá-lo, levá-lo para onde vou. Mas confesso que sou saudosista. Isso é bem pessoal. Não sou contra, de forma alguma, a leitura virtual. Eu mesmo recorro ao Google com freqüência, para me socorrer de minha ignorância. O que me assusta é que menos de 1% das pessoas que navegam na net, o fazem para estudo ou pesquisa.

3. A disciplina de Literatura foi excluída dos currículos escolares, pois de agora em diante, as aulas de língua e literatura devem ser ministradas conjuntamente. Qual sua opinião sobre esse assunto?

Não tenho competência para opinar sobre isso. Não entendo nada de didática ou pedagogia. Apenas acho que as disciplinas são irmãs e que uma, de fato, complementa a outra. Se devem andar juntas, realmente não sei.

4. Em sua obra é possível perceber a exaltação do hábito da leitura, não só para aquisição de conhecimento ou mero entretenimento, mas como algo realmente transformador. A Literatura revolucionou sua vida tanto quanto a de seus personagens?

A literatura fez mais que revolucionar minha vida. A literatura salvou minha vida, literalmente falando. Tudo o que sou e tudo o que tenho, devo a ela. Por isso minha paixão, meu amor. Tento devolver a ela uma milésima parte do que ela fez por mim. O bom texto não serve apenas como veículo de conhecimento ou entretenimento, ele é um espelho, onde nos reconhecemos e conhecemos melhor a nós mesmos. É um catalisador, um meio de catarse, uma academia de ginástica mental, um produto alquímico que nos faz melhores, que pode nos transformar em algo mais precioso.

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