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sexta-feira, 8 de julho de 2011

galáxias

(Haroldo de Campos – Editora 34 – 128 páginas)

Esta dica é para aqueles que apreciam literatura de vanguarda, ousada, fora do convencional. Escrita entre 1963 e 1976, esta obra-prima inclassificável – a que Caetano Veloso referiu-se como “proesia” - vem acompanhada de um CD, na voz do próprio Haroldo de Campos, um dos idealizadores do concretismo no Brasil, nos anos 50 e 60.
Como diria Octavio Paz, esses textos são verdadeiras galáxias, fosforescências semânticas entre o branco do papel e o negro da tinta. Um espaço que não contém centro, onde cada linha é uma criação fonética a partir de nada. O arquétipo do poema em prosa, ou da prosa crivada de poesia. Revelações, alucinações, cotidiano e epifanias, onde a distância entre linguagem e objeto é suspensa ininterruptamente pelo discurso de suturas sígnicas e lexicográficas.
Eis aqui as constelações verbais de um autor arrojado, uma verdadeira viagem pela língua e pela literatura.

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