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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Melodias

não canto quando quero
mas quando preciso
não quero quando canto
este canto indeciso
meu canto sai insano
embriagado, palpitante
meu canto é de tristeza
estou triste neste instante
um primor de simplicidade
meu canto, meu coração
quer que eu cante
quer que eu cale
diga logo: sim ou não
e esse nosso ouvido humano
sempre atento, em verdade
ouve a ave desgraçada
cantando para eternidade
esta que perdeu os filhos
e canta igual
como outros dias
canta
pois nada mais sabe
nem outras melodias


Poema extraído do livro "Do útero do mundo"

Um comentário:

Claudinha disse...

Uili, adoro esse pema, sabes que é o meu preferido... adoro lê-lo....

Muito lindo seu blog. Muito bom gosto de quem o fez!!!!!

Beijos