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sábado, 29 de agosto de 2009

Crise existencial felina

Em O Gato Que Não Sabia de Nada, livro juvenil do escritor e jornalista Marcos Fernando Kirst, o tom é o da dúvida. Não sobre as qualidades do texto, muito bem escrito, com uma linguagem adequada ao público a que se destina; nem com relação às ilustrações, originais e instigantes, assinadas pela artista plástica Dani Magnabosco. Não, nem uma interrogação quanto a isso. As dúvidas ficam por conta de Bioy, o gato narrador desta obra que, chegando ao seu lar adotivo, atravessa uma crise de identidade. Tendo de aprender a conviver com seus novos pais, em um ambiente desconhecido, longe dos seus verdadeiros parentes, ele começa a se questionar se é realmente um gato, um macaquinho, um livro ou mesmo um escritor (como Adolfo Bioy Casares, autor argentino que lhe empresta nome).
Descobertas vão sendo feitas até a derradeira surpresa, a qual Kirst chamará de “Fim Felino”.
O Gato Que Não Sabia de Nada é uma obra sobre bichos e sobre gentes. Grandes e pequenos. Adultos e crianças.

Trecho:

Sonhei que eu era um gato apresentador de programa de televisão, e que no meu show os gatinhos vinham participar para ver quem miava mais alto. O vencedor ganharia um montão de sacos de ração para gatos, e o nome do programa era “Show do Mião”...

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