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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Entrevista Concedida à Revista CulturArte

1-Para você o que é literatura?
É um recreio para a realidade. Um recreio que pode ensinar mais do que a enfadonha aula cotidiana da vida real. Uma fuga saudável, o melhor dos vícios, um espelho onde aprendemos com os erros e acertos de personagens maiores do que nós, os de carne e osso.

2-Frase preferida:
Quanto mais alto voamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar. (Nietzsche)

3-Qual a sensação de escrever o livro "Do Útero do Mundo"?
"Do Útero do Mundo" é um livro de poemas e escrever poesia é sempre uma viagem metafísica. É preciso ser responsável no uso das palavras e na ideia que se quer passar. A sensação é de responsabilidade e de busca constante pela beleza estética, pela palavra exata, pelo encantamento rítmico e sonoro. Ao mesmo tempo há uma sensação de incompletude, já que poucas vezes alcanço o resultado sonhado.

4-Quando começo a escrever uma história eu me inspiro em...
Sempre digo em minhas palestras que são três as fontes de inspiração de qualquer escritor: a própria literatura (aqui me inspiro em diversos escritores como Saramago, García Márquez e etc), a experiência pessoal de cada um e a imaginação.

5-Seus livros preferidos...
São centenas. Impossível enumerá-los. Vou citar apenas alguns: O Nome da Rosa, Ensaio Sobre a Cegueira, Cem Anos de Solidão, Crime e Castigo, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Ana Karênina, O Lobo da Estepe, Passeio ao Farol, Travessuras da Menina Má e por aí segue...

6-Um livro de cabeceira:
Peer Gynt - O Imperador de si Mesmo, livro que li na juventude e transformou minha forma de ver o mundo. Ainda hoje, ao lê-lo, me emociono.

7-Eu sou...
um ser em constante transformação, à moda de Heráclito.

8-Se não fosse escritor eu seria...
compositor ou roteirista de cinema. A única coisa que sei fazer na vida é escrever, não teria como fazer outra coisa.

9-O que gosta e não gosta em você?
Vivo em busca da palavra perfeita, do termo justo. Considero isso como as duas coisas, pois ao mesmo tempo que me causa orgulho o elogio a um texto meu, me traz cansaço.

10- Na sua opinião, Caxias do Sul pode ser considerada a Capital Brasileira da Cultura - 2008?
Essa discussão é um precipício sem fundo. Depende muito do ângulo que se observa. Temos, sim, uma identidade cultural e esse famigerado título veio para que a reconhecêssemos. Coisas ótimas se produzem aqui. O ano da Capital da Cultura passou e é preciso olhar para frente. Temos que nos preocupar em produzir boa arte e consumi-la.

11-Meu maior sonho é...
viver exclusivamente da literatura que produzo, da minha arte.

12-O que é arte?
A arte quase sempre é uma mentira. Uma mentira bela ou feia, mas que tem necessidade de vida. Porém, de todas as mentiras, quando for uma boa arte, é a que mente menos.

13-Com quantos anos começou a escrever textos complexos?
Acho que desde os 17 ou 18 anos, quando passei a ler textos complexos.

14-A pessoa que você mais admira.
Sou fã de Sócrates e de Gandhi, pela entrega total aos seus ideais. Assim também como de Jesus Cristo, Sidarta, Mandela e outros.

15-Traço marcante de sua personalidade.
Persistência e observação.

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