Este poema de minha autoria, que consta no livro "Do Útero do Mundo" e que foi várias vezes premiado em concursos literários, foi escolhido para ser interpretado na Abertura Oficial da 26ª Feira do Livro de Caxias do Sul, a segunda maior do estado. Levemente alterado para a ocasião, a declamação foi acompanhada por músicos da Orquestra Sinfônica de Caxias do Sul.
Foi realmente emocionante e a apresentação foi muito aplaudida pelos presentes.
o que segue não é feira, mas planeta
inacabado - quem entra sai mudado
como a árvore cai do fruto, póstumo, sazonado
isso não é literatura, mas tem volume
no ventre; nascerá um leitor faminto,
com fome latente de comer cada vez mais
a gula é meu fruto! eu sou o fruto
que furto, plantando faltas - de letras agora me nutro!
porque o acúmulo, ah! cúmulo!... é armazenar grãos
até incharem, estocar ânsias até as larvas,
escutar com a língua a voz que tem osso e carne
a feira é em si mesma inspiração
que além de saliva armazena esperanças
só! por isso te louvo e te bendigo, feira
porque terei muito a devolver aos vermes
melhor morrer que ser saciado, errado,
pelo alimento estocado do outro lado da página
a feira é uma fome de mundos
uma fome de estrelas.
3 comentários:
Excelente. A Poesia, afinal, é o que nos redime de nossas veleidades. Parabéns.
Grato, amigo poeta.
Abraço
Uili B.
Belas palavras, Uili...
Postar um comentário